As boas práticas de Engenharia são fundamentais para a instalação de Sistemas de HVAC-R de qualidade. Entre as etapas relacionadas, o Procedimento de Vácuo é importantíssimo para a boa performance dos equipamentos.
Este procedimento se faz necessário em toda instalação de circuitos de refrigeração, utilizando tubulações de cobre e fluidos refrigerantes. O objetivo deste é o de desidratar qualquer umidade presente no Sistema. A presença de água ou vapor da água é prejudicial pois pode causar mal funcionamento, redução da vida útil e até mesmo falhas críticas dos equipamentos.
Sem o Procedimento de Vácuo, seguramente resquícios de água estarão presentes nos Sistemas, uma vez que a água está presente na forma de vapor no ar ambiente. Dentro das tubulações, durante o período de instalação, é o ar que preenche internamente todo sistema e, consequentemente, o vapor da água. Da mesma forma, os componentes como Compressores, Unidades Condensadoras, Válvulas, Filtros Secadores, entre outros, também acabam sendo expostos ao ar ambiente durante a instalação. Todas as superfícies expostas ao ar possuem vapor da água, além de gotículas de águas que podem restar após eventuais chuvas. Por isso é fundamental que o Procedimento de Vácuo seja bem feito, por empresas qualificadas e com ferramentas adequadas.
O bom Procedimento de Vácuo se inicia desde o momento de instalação das linhas de refrigeração e dos equipamentos de Ar Condicionado, não se deve deixar pontas de tabulação e conexões dos equipamentos expostos à atmosfera, devendo estar sempre tampados e de preferência sempre pressurizados.
O Procedimento de Vácuo é realizado através de uma Bomba de Vácuo que são conectadas nas Válvulas de Serviço dos Sistemas. Deve ser utilizado um Manômetro (Medidor de Pressão) que seja capaz de registrar as Pressões em níveis muito baixos com precisão, de preferência Mícrons de Hg. Existem ferramentas específicas como o vacuômetro ou mano-vacuômetros.
O ideal é que este Procedimento opere até que sejam atingidas as Pressões Internas recomendadas pelos Fabricantes, em geral na faixa entre 300 a 700 Microns de Hg. É fundamental que, após o Procedimento de Vácuo, a Pressão Interna do Sistema seja monitorada por algumas horas para verificar se as Pressões se mantêm estáveis ou se voltam a subir, o que indicaria a necessidade de adequações no Sistema.
O conceito por trás do Procedimento de Vácuo está no rebaixamento da pressão dentro da linha o que força a ebulição de qualquer gotícula de água, que se transfora em vapor e é rejeitada pela Bomba de Vácuo. As gotículas de água não evaporam pelo aumento de calor, mas sim pela baixa de pressão, sendo um fenômeno natural, sem a necessidade de geração de calor.
Para o Procedimento de Vácuo não existe um tempo fixo definido, o que há é uma necessidade em conformidade com o porte do Sistema e da umidade presente, além é claro, da potência da bomba de vácuo utilizada. Por isso é fundamental que seja conduzido por empresas qualificadas e com o uso de ferramentas adequadas, capazes de medir a pressão interna dos Sistemas.
Autor: Eng. Ariel Gandelman
Revisão Técnica: Felipe Raats Daud e João Carlos Correa