Recentemente a ONU (Organizações das Noções Unidas) publicou um amplo Relatório sobre o aquecimento global no Planeta Terra, destacando as consequências para a vida na Terra nos próximos anos, com impactos profundos nos nossos modos de vida atuais. Apesar da publicação recente desse material, a discussão sobre o aquecimento global e a destruição da camada de ozônio não é tão recente assim, com destaque para a ECO RIO – 92, a primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro no ano de 1992.
Desde então os estudos sobre os impactos ambientais têm sido cada vez mais aprofundados, trazendo a necessidade de adotarmos novas soluções em diversas frentes, visando a preservação do meio ambiente e com conhecimento de que os recursos naturais são finitos. No Setor de HVAC-R, as descobertas relacionadas impulsionaram importantes transformações.
Em 1997 foi assinado por diversos países o Protocolo de Kioto, tratado internacional em que os países signatários se comprometeram a reduzir as suas respectivas emissões de gases de efeito estufa na atmosfera. Seguido a ele, a partir dos avanços científicos, estabeleceu-se o Protocolo de Montreal, visando a eliminação da produção e do consumo das substâncias responsáveis por sua destruição (SDO), e com ele a Emenda de Kigali, que estabelece um prazo para a redução de hidroclorofluorcarbonos (HFCs) e clorodifluorometano (HCFCs). O Brasil é signatário de todos esses acordos e estabeleceu como meta reduzir o uso de HFC e HCFC.
Os HFCs e HCFCs são especialmente utilizados como fluídos refrigerantes. Com isso, surge a necessidade de desenvolvimento de novos fluídos refrigerantes menos nocivos ao efeito estufa, o que impacta as práticas do Setor de Ar Condicionado, uma vez que especialmente o HCFC (R‑22) é o principal fluído utilizado em instalações e sistemas de Climatização e Refrigeração. Destaca‑se que o impacto desses fluídos no efeito estufa ocorre exclusivamente quando há vazamento nos Sistemas.
Para o desenvolvimento de novos fluídos refrigerantes, diversos desafios são relacionados, com destaque para:
- Regulações exigem redução do GWP gradual de no máximo 1.400 (Califórnia) até 2.500 (Europa);
- Preservar a Eficiência Energética dos Sistemas e Performance dos sistemas;
- Impacto na segurança dos Sistemas:
- Inflamabilidade
- Toxicidades
- Facilidade de acesso aos fluídos refrigerantes;
- Custos de instalação e mão de obra especializada de manutenção;
- Compatibilidade com os Sistemas já existentes e possibilidade de Retrofit.
Há muitos anos já está consolidado o uso de fluídos não halogenados, os chamados fluídos naturais, especialmente para refrigeração, como Amônia. Apesar de serem uma boa solução do ponto de vista ambiental, há desafios relacionados ao uso desses fluidos, especialmente pelas necessidades de adoção de medidas de segurança dos profissionais e ocupantes das plantas a serem consideradas nas etapas de Projeto, Instalação e Manutenção, muitas vezes carecendo as equipes técnicas de conhecimentos necessários. Além disso, o custo de implantação relacionado é bastante elevado.
Por último, destaca-se que quando se pensa em impacto ambiental, devemos considerar a cadeia como um todo, desde a produção inicial até a operação pelo cliente final. Assim, outras medidas devem ser consideradas na eficiência energética dos Sistemas. Por isso, é fundamental sempre ter equipes especializadas parceiras. As empresas SMACNA estão sempre à disposição para prestar o atendimento e suporte adequado.
Autor: Ariel Gandelman
Revisão Técnica: Felipe Raats Daud e João Carlos Correa