Conforto térmico e o bem-estar dos ocupantes

Quando se fala em climatização de conforto, de maneira geral se refere ao conforto térmico dos ocupantes, termo este amplamente utilizado pelo setor de HVAC e já introduzido no vocabulário de gestores / operadores de facilities, sejam indústrias, corporativos, comerciais e até mesmo entre clientes residenciais. Apesar do termo ter se tornado “comum”, entender o que é conforto térmico não é tão simples assim.  

Conforto térmico é definido pela ASHRAE como “um estado de espírito que reflete satisfação com o ambiente térmico que envolve a pessoa”. Assim, conforto térmico é um conceito subjetivo, isso é, depende do indivíduo. Assim, um ambiente que propicie absoluta neutralidade térmica para uns, pode causar desconforto – frio ou calor – a outros.

É importante entender que o conforto térmico (ou a neutralidade térmica) dos ocupantes se dá a partir da relação de diversos fatores dentro de um ambiente, sendo os de maior influência: temperatura; velocidade do ar; umidade, comportamento dos gradientes de temperatura dentro da zona ocupada; ruídos; incidência de raios solares; umidade; concentração de oxigênio e dióxido de carbono e homogeneidade da distribuição de ar no espaço.

Interessante que há um fator psicológico relacionado, quanto maior a possibilidade de controle das variáveis pelos usuários nos espaços (incluindo aumento/ diminuição de temperatura de climatização, abertura de janelas, possibilidade de usar roupas mais leves, etc.), maior a sensação positiva quanto ao conforto térmico, mesmo que o espaço ocupado seja menos climatizado / ventilado / aquecido / etc., do que outros ambientes em que os usuários dispõem de menos possibilidades de controle. 

Além disso, é fundamental destacar que os parâmetros aplicados de temperatura e ventilação devem estar em conformidade com as temperaturas de uma faixa pré-determinada, considerando o uso consciente do ar condicionado, com temperaturas agradáveis e evitando que os fluxos de ar estejam sobre os ocupantes para não causar desconforto térmico. Existem diversos índices de conforto térmico nas principais normas do setor e em geral eles estão baseados na percepção que os usuários têm dos espaços que eles ocupam.

Assim, conforto térmico e bem-estar dos ocupantes estão diretamente relacionados. Do ponto de vista da Climatização, de maneira geral, o usuário alcança o bem-estar quando os fatores de influência no conforto ambiental estão em faixas aceitáveis e que ele entende que aquela condição é a melhor situação possível disponível.

É importante que os projetos de HVAC considerem os tipos de ocupação e atividades que serão conduzidas em cada espaço, incluindo roupas que serão vestidas pelos usuários, funções que serão exercidas, equipamentos presentes nos espaços que geram calor, incidência solar, temperatura média da região, entre outros. 

Quando falamos de conforto térmico e bem-estar dos ocupantes não podemos esquecer da importância da renovação de ar nos espaços ocupados, seja com ventilação natural e/ ou mecânica suficiente, janelas e áreas abertas, incidência de luz solar, entre outros. 

O mercado de HVAC é fundamental para garantir a saúde dos ocupantes de edificações, possibilitando a renovação de ar dos espaços, filtragem adequada do ar etc. Além disso, lembrar sempre da importância da manutenção de qualidade dos sistemas de HVAC, feita por empresas devidamente capacitadas, para garantir as performances dos sistemas e saúde dos usuários.

 

Autor: Ariel Gandelman 

Revisão Técnica: Comitê de Artigos Técnicos SMACNA Brasil (Fábio Pereira Santos e João Carlos Corrêa)