Instituições de ensino são ambientes nos quais crianças e adolescentes passam grandes períodos dos primeiros anos de suas vidas, alguns podendo passar mais de 1.000 horas por ano dentro de salas de aula. Com isso, tem-se falado cada vez mais sobre a importância da qualidade do ar interior nesses espaços, o impacto na saúde dos alunos e, inclusive, no desempenho cognitivo deles.
Se a pandemia de Covid-19 ampliou a consciência coletiva quanto à necessidade de cuidados com a qualidade do ar em ambientes fechados, e grandes empresas e corporações têm se atentado para essa questão, as escolas não podem ficar de fora desse debate. Ainda que muitas escolas enfrentem desafios maiores, seja pelas estruturas antigas e pouco adequadas para ocupação, falta de janelas ou de recursos para investimentos, além da carência de orientação técnica, é fundamental que essa temática seja amplamente discutida em fóruns de referência, envolvendo profissionais de diferentes áreas, como arquitetura, educação, engenharia e saúde.
As escolas são ambientes com risco ainda maior quando se fala em qualidade do ar interior. Além de alunos e professores passarem longos períodos nesses espaços, o que naturalmente aumenta a concentração de CO₂ nas salas de aula quando não há renovação de ar adequada, muitas escolas estão localizadas em áreas próximas a rodovias, centros comerciais, fábricas, usinas, entre outros, o que torna o investimento em qualidade do ar interno ainda mais necessário.
Crianças e adolescentes estão em fase de desenvolvimento físico, sendo mais suscetíveis ao desenvolvimento de doenças que podem afetar a qualidade de vida delas pelo resto da vida, como asma, bronquite, pneumonia, alergias, entre outras. O ambiente escolar também está sujeito a surtos de viroses, especialmente as que atingem o trato respiratório, muitas vezes transmitidas por partículas virais no ar. Para todos esses casos, o investimento na qualidade do ar interior tem um efeito extremamente positivo na redução de ocorrências.
No aspecto cognitivo, estudos indicam que a capacidade de atenção e retenção de conteúdos, além do desempenho dos indivíduos, aumenta em ambientes adequadamente ventilados e com conforto térmico. Estudos apontam que a alta concentração de CO₂ nas salas de aula pode levar à fadiga, perda de concentração e baixo desempenho no aprendizado, além de causar dores de cabeça, sonolência e cansaço.
Assim, algumas das melhorias que podem ser adotadas em escolas são:
• Uso de filtros com maior grau de filtragem;
• Instalação de caixas de ventilação;
• Identificação de oportunidades de ventilação natural;
• Manutenção adequada dos sistemas de HVAC existentes;
• Instalação de sensores de CO₂ para monitorar a qualidade do ar interno.
As empresas associadas à SMACNA estão à disposição para trabalhar em parceria com as instituições de ensino e demais órgãos de referência, buscando soluções que melhorem a qualidade do ar e possibilitem espaços melhores e mais saudáveis para crianças e adolescentes.
Fontes consultadas:
AirQoon – Poor Air Quality at Schools Contributes to a Global Health Crisis
UNSW Newsroom – Poor Air Quality in Classrooms Detrimental to Kids’ Wellbeing and Learning
Autor: Ariel Gandelman
Revisão Técnica: Comitê de Artigos Técnicos SMACNA Brasil
Revisão de Texto: Ana Del Mar